Pós-História, novos museus e a metamorfose museológica
Resumo
Esse estudo analisa as tensões presentes na arte da contemporaneidade e sua inserção nos espaços expositivos, atento às transformações que ocorrem no campo da arte, especialmente aquelas que ocasionam a metamorfose e a ressignificação dos museus. Realizamos uma revisão de alguns temas relacionados ao fato museal sob as lentes de autores que discutem os desdobramentos da história da arte, da arte contemporânea e da arte pós-história (tais como Hans Belting, Arthur Danto, Vilém Flusser, principalmente) confrontando-os com alguns conceitos-chave da museologia, com as situações emergentes no campo da arte e do próprio museu na atualidade. Destacamos que o museu acaba por se tornar palco onde todas as tensões presentes no campo da arte hoje se apresentam. Os museus têm aos poucos deixado de ser apenas espaços onde a arte consagrada e patrimonializada é apresentada para ele mesmo se tornar um espaço dialógico onde esses valores são reavaliados. O próprio museu, assumindo-se como espaço crítico, de reflexão sobre a arte, sobre o mundo e sobre si mesmo, abandona o seu caráter de neutralidade, para adquirir uma identidade dialógica, podendo assim, até ele mesmo se tornar obra de arte.
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